sexta-feira, novembro 30, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Durante muito tempo acreditamos que o universo fora criado para nós. Acreditávamos também que tudo nele – lua, sol, estrelas, galáxias – orbitava em torno da nossa casa, o planeta Terra...

A animação abaixo nos mostra o quanto estávamos enganados. Nosso pequeno planeta não parece merecedor da imporância que atribuíamos a ele e nós, pobres mortais, somos como se não fôssemos...

Não se esqueça de aumentar o som.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8N7i-HyRI7A
quarta-feira, novembro 28, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Parece natural que se viva um dia de cada vez. Porém, na prática, não é bem isso que acontece. Fisicamente estamos sempre aqui, não, porém, com a mente. Esta se sente livre para vaguear no tempo, navegando ora nas águas turvas do passado, ora nos mares desconhecidos do futuro. Viver no presente, isto é, permanecer integralmente aqui e agora, requer o equilíbrio que a maioria de nós não aprendeu a cultivar.

Ditados populares tais como "viva um dia de cada vez" ou "viva o hoje pois o ontem se foi e o amanhã talvez não chegue", estimulam-nos a viver sabiamente no hoje. Contudo, esse incentivo reconhecidamente frágil perde-se como água em terra seca diante da onipotente presença de provocações contrárias e constantes, que nos instigam a abandonar o "agora" recuando para o "antes" ou avançando para o "depois". Hei-las inseridas na propaganda consumista, embutidas nas telenovelas, camufladas nas propostas de educação para o trabalho, implícitas e explícitas até mesmo na mais corriqueira conversa informal. Como exemplo, vale lembrar aquela pergunta ingênua dirigida a quase toda criança: "o que você vai ser quando crescer"?

Não há crime em planejar o futuro, antes, tal atitude é necessária e deve ser estimulada. De igual modo, relembrar o passado não pode e nem deve ser considerado um delito. Ter uma história e refletir sobre ela é um dos diferenciais que nos caracterizam como humanos e nos elevam a um patamar acima daquele ocupado pelos animais irracionais. O que nos falta, na minha opinião, é o equilíbrio para lidar com o passado e o futuro, na medida certa, de modo a dispor de tempo para o tempo que se chama "presente" – dádiva a ser desfrutada agora, com prudência e gratidão.

Vejamos alguns conselhos que talvez possam nos ajudar na difícil tarefa de viver um dia de cada vez:

Dalai Lama: "Só existem dois dias do ano sobre os quais nada pode ser feito. Um deles se chama ontem e o outro amanhã. Portanto hoje é o dia certo para você amar, sonhar, ousar, produzir e acima de tudo acreditar...".

Charles Chaplin: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Carlos Drummond de Andrade: "A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional".

Anônimo: "Viva cada dia como se fosse o último - um dia você acerta".
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segunda-feira, novembro 26, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Quem é Godot?

Essa foi a pergunta que muitos fizeram em 1953, após a estréia da peça "Esperando Godot" de Samuel Backett, considerado um dos principais nomes do chamado teatro do absurdo e laureado em 1969 com o prêmio nobel de literatura.

"Esperando Godot" é uma obra curiosa!

As cortinas se abrem para o primeiro ato. Duas pessoas amigas e aparentemente desocupadas são vistas em um lugar indefinido, com um propósito aparentemente definido: esperar por Godot. Um deles rompe o silêncio com a frase: "nada a fazer". O tempo passa lentamente embalado por um diálogo trivial que só é quebrado com a chegada de dois outros personagens vagabundos e exóticos. A conversa prossegue sem muito nexo, até que um garoto aparece para dizer-lhes que aquele a quem esperam, Godot, não virá hoje; talvez amanhã...

O segundo ato é muito semelhante ao primeiro, com um encerramento pra lá de absurdo. Um personagem diz "Devemos partir?" ao que o outro responde "Sim, vamos". Mas ambos permanecem no mesmo lugar.

Talvez seja mera coincidência a semelhança entre os nomes Godot e God (Deus, no idioma do autor). Coincidência ainda maior parece existir entre o título "Waiting for Godot" (Esperando Godot) e a expressão vulgar anglo-irlandesa "Waiting for Godda" (Esperando Deus), o que me leva a relacionar essa peça à grande esperança que embala a vida dos cristãos quanto ao retorno de Jesus a este mundo.

A população brasileira é predominantemente cristã. De acordo com o censo demográfico de 2000 realizado pelo IBGE, 90% dos brasileiros se declaram cristãos. Sabe-se que boa parte destes não é praticante, contudo, é razoável supor que um número significativo de conterrâneos esteja esperando por algo: Esperando Jesus (ou esperando Godot?).

Faz sentido essa espera? O que se faz durante esse esperar? E quando se anuncia que ele (ou Ele) não virá hoje, talvez amanhã, como reage o crente?

Um ato se encerra e outro tem início. Os personagens se revezam no palco da vida. O tempo passa. Os anos acumulam-se em séculos e milênios. O drama prossegue. A espera parece não ter fim. O que é mesmo que se espera?

O que dizer de tudo isso que, para alguns, não passa de um absurdo irracional, enquanto para outros constitui-se na mais genuína experiência de fé?

sexta-feira, novembro 23, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Após uma semana de trabalho árduo, cheguei em casa ainda banhado pelos raios dourados do sol de primavera. A tarde bonita se fazia ainda mais bela por preceder um fim de semana! Irresistível! Resolvi aproveitá-la fazendo algo que muito me apraz: Correr!

Coloquei rapidamente uma roupa leve, tênis, monitor de batimentos cardíacos, sensor inercial de velocidade e saí para umas voltinhas, aqui mesmo no bairro. Nem o sobe-desce do percurso nem o vento frio foram capazes de me tirar o prazer e a sensação de liberdade que a corrida me proporciona. Foram apenas quatro voltas de 1.800 metros (7.200 metros) percorridos em 39min46. Parei, sentindo o forte desejo de continuar..., mas como estou me recuperando de uma lesão no tendão de Aquiles considerei mais prudente não ceder à voz do desejo.

Sobre o monitor de freqüência cardíaca, uso o modelo RS200sd da Polar (imagem ao lado). Ele possui muitas funcionalidades que podem ser consultadas no site do fabricante clicando aqui. O aparelho é interessante e possui cinco painéis de exibição de dados que podem ser configurados previamente e alternados durante a corrida. Na figura ao lado, é exibido um desses painéis. Observa-se, na primeira linha, a velocidade instantânea em quilômetros por hora; na segunda o tempo total de exercício; e na última a freqüência cardíaca atual.



sexta-feira, novembro 23, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Anteontem à noite perdi meu precioso tempo assistindo à fraca exibição da seleção brasileira (Brasil 2 x 1 Uruguai). Não entendo muito de futebol. Sendo mais honesto, não entendo quase nada, mas desde cedo ouvi dizer que vivo no país do futebol e que "nossos" atletas são melhores do que os outros. Por ouvir afirmações dessa natureza desde cedo, cresci acreditando nelas. Mas há anos venho desconfiando da veracidade dessa crendice popular. Será que vivo mesmo no país do futebol?

Parece-me que nos transformamos em exportadores de mão-de-obra (ou matéria-prima?) para torneios de futebol rentáveis como o espanhol e o italiano. Jogar bola no "país do futebol" está deixando de ser um bom negócio. Quem permanece aqui, dificilmente terá condições de concorrer com os "estrangeiros" e ser integrado à seleção nacional. Por outro lado, quem sai daqui e se dá bem lá fora parece perder a motivação para defender a seleção...

Para mim, se o Brasil algum dia foi o país do futebol, hoje não o é mais. Não pode ser!

Minha primeira dúvida (quase desapontamento) a esse respeito surgiu nos anos 70, em meio à euforia do terceiro título mundial. Naquele tempo, morando no interior e sem TV em casa, descíamos em família até o centro da cidade para acompanhar alguns jogos numa "caixinha fantástica" que encantava os adultos e exibia imagens em preto-e-branco. Eu era muito novo para captar todas as nuances envolvidas naquele evento que se desdobrava ainda sob forte influência do regime militar, mas me sentia profundamente contagiado pela magia do momento e pelo entusiasmo da multidão que despertava em mim até mais interesse que as cenas monótonas e aparentemente repetitivas exibidas na telinha descolorida. Foi nesse contexto que aprendi que éramos os melhores e essa descoberta foi, em si, a primeira surpresa não muito agradável.

Deixe-me tentar ser mais claro. No início dos anos 70 as crianças, entre as quais me incluía, não tinham tanto acesso a informações quanto hoje. Não havia internet e os demais veículos de comunicação não eram tão ágeis quanto os atuais. A vida transcorria em "câmera lenta". Meu mundo se restringia à família e a alguns amigos, numa pacata cidade do interior. Até então, para mim, o Brasil não era o melhor, era o único. Descobri que existiam outros... Isso seria bom ou ruim? Ainda não sabia, mas fiquei ciente de que o desconhecido causava em mim desconforto. Mas os outros, os quais desconhecia por completo, nos eram inferiores. Éramos os melhores. Que alívio!

Melhores em quê? No futebol? Não. Em tudo! Assim pensava enquanto infante. O tempo, contudo, se encarregou de desvelar-me a verdade nua e crua. Os indicadores sociais, políticos e econômicos não nos eram favoráveis. Restava-se agora, como último consolo, a crença em nossa superioridade no futebol.

Mas hoje essa certeza não mais me acompanha e há muito deixou de me consolar. Não me parece que a última apresentação da seleção tenha sido um caso isolado. Fiquei convencido de que, pelo menos no futebol, podemos contar quase sempre com a sorte. Não temos a raça uruguaia, mas temos sorte! Não temos o amor à camisa dos argentinos, mas temos sorte! Não temos a organização dos países europeus, mas temos sorte!

Até quando poderemos contar com essa sorte?

quarta-feira, novembro 21, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Compromisso - essa palavra é antiga e já estava em uso antes que Cabral aportasse por aqui em 1500 EC. Significa acordo, convenção, tratado, promessa formal, obrigação mais ou menos solene assumida por uma ou mais pessoas, comprometimento (Houaiss). Não é isso que busco ao começar a dar vida a esse blog.

Talvez a expressão usada "dar vida a esse blog" seja, por demais, pretensiosa. Afinal, o que é vida? Não sei, mas posso assegurar que, neste texto, a palavra "vida" é empregada com acepção bastante restrita, como sinônimo de conteúdo, forma, substância, recheio. Em outras palavras, o termo "vida" é aqui utilizado com pouco compromisso.

Fiz uma pesquisa rápida e constatei que um boa parte dos blogs que nascem, "morrem" cedo, isto porque deixam de ser alimentados com aquilo que lhes dá vida: o conteúdo. O que fazer, então, para escapar dessa sina, sem transformar essa atividade em um suplício? Afinal, o que pretendo é apenas relaxar um pouco e me desligar das muitas obrigações do dia-a-dia, abordando temas variados, sem a profundidade dos blogs sérios – profundidade essa que muito admiro e que lamento não possuir.

Ainda não tenho resposta para essa indagação, mas alimento a esperança de que encontre pretextos suficientes para redigir e publicar alguns textos, com certa freqüência, para que esse blog não se transforme em mais um fiasco digital.

Vamos tentar! O primeiro texto foi escrito!

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