domingo, agosto 30, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Mais um mês correndo apenas nos finais de semana. A quilometragem continua baixa, não indo além dos 60 Km neste mês.

Fiz questão de usar a cor verde no gráfico acima para indicar que estou com esperanças de que o cenário mude nos próximos meses e eu volte a treinar também durante a semana. Vamos aguardar...
sexta-feira, agosto 21, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Hoje o parque do Ibirapuera está completando 55 anos de existência. Seu nome deriva do tupi "ypi-ra-ouêra" que quer dizer literalmente "o que já foi madeira", ou, como preferem alguns, "madeira apodrecida". A região, que já foi um pântano, é hoje um oásis de verde vivo circundado por concreto e asfalto.

Adoro o Ibirapuera! Sempre que posso apareço por lá para um trote. O lugar é bonito e acolhedor, sempre cheio de gente disposta, animada e alegre. E essa alegria as deixa mais belas!

Estive lá pela última vez no domingo passado (16/08/2009) e aproveitei para correr margeando internamente o parque, num percurso conhecido como a "volta da cerca". Dos lugares que conheço, esse é o que considero melhor para se correr aqui na cidade de São Paulo. A maior parte do percurso é de terra batida, sob árvores, às vezes margeando o lago. E você não corre só. Sempre há mais alguém por ali, o que torna o prazer de correr mais completo. No último domingo fiz um treino muito bom. Foram 10 Km em 0:49:07h.

Hoje, aniversário do parque, não me foi possível ir até lá... Mas, à distância, o parabenizo por ser o que é: uma ilha verde, maravilhosa e acolhedora, capaz de despertar em quem o visita a agradável sensação de não estar na maior metrópole da América do Sul.
quarta-feira, agosto 05, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Não dá para falar sobre minhas crenças sem recuar no tempo e regressar a minha infância. Então, vamos lá! Lembro-me muito bem do dia em que meu irmão me surpreendeu com a seguinte pergunta: "Quem é seu maior inimigo?". Hesitei um pouco antes de lhe responder que era o Diabo. "Não!", retrucou, ele, com firmeza e aparente convicção: "seu maior inimigo é o Ego". E eu, que até então desconhecia a existência dessa palavra, não tive outra alternativa senão lhe perguntar quem era esse tal de Ego. A resposta me pareceu sem nexo: "O Ego é você mesmo!". Fiquei pensativo, confuso e resolvi "consultar os universitários", isto é, o meu pai, que confirmou a história: Eu era, de fato, meu maior inimigo!

Nada daquilo fez sentido para mim. Como poderia eu mesmo ser meu maior inimigo? Não percebia em mim essa auto-hostilidade toda, nem me via como uma ameaça dissimulada a mim mesmo. Contudo, vindo de meu irmão e tendo o aval de meu pai, não havia por que discordar e, resignado, acolhi essa nova crença como verdadeira, passando a divulgá-la entre meus amigos.

Esse episódio serve para ilustrar o que me aconteceu reiteradas vezes no passado e que, talvez, possa ter-lhe ocorrido também. Ao longo da vida, dei guarida a muitas crenças cuja única âncora era o testemunho de pessoas em quem eu depositava confiança cega. A lógica por trás dessa minha atitude é de fácil compreensão: se tais pessoas eram de minha confiança, logo tudo que me diziam era confiável, fidedigno, verdadeiro, inquestionável. A vida, no entanto, se encarregou de me abrir os olhos para o fato de que as boas intenções e o cuidado sincero daqueles que nos amam não são salvaguarda inabalável contra o engano.

Por isso hoje, ao tentar falar sobre minhas crenças, faço questão de começar enfatizando algo que você certamente já sabe: eu sou humano e fui educado por humanos. Saliento isso porque nós, humanos, às vezes nos esquecemos que "os outros" também o são. A imperfeição faz parte de nossa natureza e, por conta disso, incorremos em erros freqüentemente. Eu, por exemplo, não posso negar que já falhei diversas vezes na vida e até perdi a conta das muitas escolhas equivocadas que fiz. E não me refiro aqui apenas a erros intencionais, aos quais sempre busquei evitar, mas principalmente àqueles deslizes sutis que cometemos ao tentar acertar!

Com relação as minhas crenças, sempre almejei aquelas que pudessem estampar o selo da verdade. Mais que isso, eu sempre acreditei ter acertado na escolha delas. Mas sou humano e cognitivamente imperfeito. Portanto, posso sim ter me equivocado e albergado crenças falsas.

É por essa razão que me faço a seguinte pergunta: Será que me enganei em crer no que sempre cri? Logo eu, que sempre acreditei que os outros é que estavam enganados?

Admitir essa possibilidade não me foi tarefa fácil ou agradável. Causou-me certo desconforto por ir de encontro à minha natureza. Como todo ser humano, gosto de estar certo sempre, de pisar em solo firme, de me sentir seguro em minhas convicções. Ser-me-ia mais cômodo assumir a autenticidade de minhas crenças e insistir na defesa deles, mesmo que, para isso, fosse necessário fechar os olhos às evidências, distorcer fatos e fazer alguns ajustes na realidade.

Confesso-lhe que por um breve tempo tentei agir assim. Tentei acomodar a realidade aos moldes de minhas crenças. Esforcei-me para "empurrar" o mundo numa determinada direção. Mas falhei... Aprendi uma lição: empurrões honestos e sinceros também provocam acidentes!

Outra lição que aprendi à duras penas é que minhas crenças nunca tiveram o poder de legislar sobre a realidade. Isso mesmo. Minhas crenças, por mais que me parecessem verdadeiras, por mais que me trouxessem conforto e segurança, por mais que me fizessem sentir-me especial, eram apenas crenças, isto é, um palpite vago, uma aposta incerta, um desejo hesitante, uma esperança frágil e trêmula de revestir de sentido essa realidade fria e rude que nos cerca, envolve, fascina, assusta e surpreende.

Que devo, então, fazer com minhas crenças? Desfazer-me de todas elas?

Penso que não. Devo, isto sim, revisá-las com cuidado, atenção, interesse e o máximo de isenção possível, consciente de que nem todas são falsas e nem todas verdadeiras.

Outrossim, devo proceder com humildade e me dispor a abrir mão daquelas crenças que se mostrarem falsas: crenças alienantes, crenças que me distanciam da realidade, que me afastam dos seres humanos, que me induzem a ver a mim mesmo como um ente especial e me instigam a virar as costas para o mundo por julgá-lo vil e mal.

Este mundo, com seus encantos e dores, é nossa casa e devemos nos unir na árdua tarefa de transformá-lo em um lar melhor para todos nós. Eis aí uma bela crença a ser cultivada e incentivada – a crença de que podemos dar as mãos e, juntos, construir aqui mesmo um mundo melhor para todos!
sábado, agosto 01, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Ponto final em mais um mês do ano. Continuo treinando pouco e apenas nos fins de semanas. Em julho foram apenas 62 quilômetros e em agosto não deverá ser diferente, a menos que aconteça algum milagre.

O problema é que milagre é algo raro, tão raro que não convém contar com ele. E ao revirar as páginas do passado e despertar antigas lembranças adormecidas, percebo não me recordar de já ter presenciado algum deles. Os que conheço (se é que posso usar a palavra "conhecer" aqui) chegaram a mim por meio de narrativas que me remetem a tempos distantes e a lugares remotos.

Fato é que, hoje, não se vê o mar se abrir, ou alimento cair do céu, ou ainda o tempo parar de fluir para que possamos concluir as tarefas do dia. Nada disso. Milagres fantásticos como esses se restringem às páginas da Bíblia e a algumas produções cinematográficas hollywoodianas.

Eu bem que gostaria que um milagre acontecesse - que o tempo parasse de fluir - para que eu pudesse voltar a correr!
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