segunda-feira, janeiro 10, 2011 |
Autor: Ebenézer Teles Borges

Tenho a impressão de que o tempo deu uma bela acelerada em 2010. O ano passou depressa. Voou. E, no meu caso, teve boa parte de seus dias amputados pela rotina. Fiz muito do mesmo, em semanas de apenas dois dias: os tais dias úteis
(que nem sempre foram úteis) e os fins de semana
(esses sim, muito úteis!).
Trabalhei muito. Isso é bom e, mais que isso, necessário. Não posso me queixar. Mas, aqui para nós, o deslocamento para o trabalho em São Paulo foi uma
via crucis. Horas e horas perdidas. Parado. Quando em veículo particular, menos mal. Desfrutei de certo conforto, a despeito do custo elevado. Fazer uso de transporte público, porém, foi um suplício lento, incômodo e incerto. Andei de trem, metrô e ônibus. Desisti do trem rapidinho... Tentei resgatar parte esse tempo em leituras, mantendo-me atualizado e planejando a aquisição de outro carro.
E as corridas de rua? Em 2010, corri pouco. "Nunca na história desse país" corri tão pouco. Míseros 901 quilômetros. Média de 75 quilômetros por mês... Que 2011 me seja mais favorável.
O lado bom de 2010 é que, em seus dias, desfrutei de paz em casa e na família. A saúde não vacilou e me esforcei para olhar mais para frente do que para trás. Acho que consegui e sei que posso melhorar.
E, olhando para frente, comecei 2011 desfrutando de merecidas férias. Hoje, por exemplo, em plena segunda-feira, estou aqui, teclando... Isso não tem preço!
quinta-feira, dezembro 31, 2009 |
Autor: Ebenézer Teles Borges

Quase 21:00h. Para alguns, já é ano novo. Para a maioria dos brasileiros, ainda não. Faltam poucas horas. A contagem regressiva prossegue.
Participei da São Silvestre. Muita gente e largada tumultuada. Fora isso, a festa de sempre. As dores na panturrilha, que voltaram a me atormentar há uns quinze dias, forçaram-me a interromper a corrida em alguns momentos, comprometendo o resultado. Conclui na casa de 1:28:00h. Valeu assim mesmo.
Feliz ano novo para todos!
quinta-feira, dezembro 31, 2009 |
Autor: Ebenézer Teles Borges

O ano está por um fio... Mais um instante e 2009 será história! E antes que ele se vá, quero deixar registradas aqui minhas impressões sobre esses últimos instantes, que, presto, se evaporam.
2009 passou tão depressa que não há muito o que falar sobre ele. Em linhas gerais, não foi muito diferente de anos anteriores. Fiz o que sempre fiz. Segui o
script, o roteiro, a rotina.
Ao longo deste ano, senti-me incomodado com a sensação de que o tempo estava avançando depressa demais. E o que antes era apenas um incômodo, agora me parece plena certeza: 2009 voou! Passou tão depressa que quase não o vi: dias curtos, noites breves, semanas efêmeras, meses fugazes... O ano começou ontem e despertei hoje cedo às vésperas do ano novo! Não consigo entender e reluto em aceitar. Dá é vontade de gritar a plenos pulmões:
"Freiem o tempo! Desliguem o relógio! Parem o Mundo que eu quero viver!"Logo mais, à tarde, irei participar da São Silvestre. Dar-me-ei este último presente. Será um momento de vida intensa e suor em profusão. Quem quiser me ver, ligue a TV por volta das 17:00h e procure por alguém de tênis, short e camiseta. Sou eu!!! E quanto terminar, se não me faltar disposição, escreverei um resumo da prova e postarei aqui...
O bom é que chego ao final do ano em paz, com saúde e cheio de
esperança quanto ao ano novo que se avizinha. Isso mesmo, estou
esperançoso - muito
esperançoso. Mas não me perguntem por quê...
sábado, dezembro 29, 2007 |
Autor: Ebenézer Teles Borges
Parece-me que foi ontem! Chovia em São Paulo. Eu me espremia, molhado, na Av. Paulista, com outras quinze mil pessoas, para a largada da São Silvestre. O clima era de festa. Euforia impregnava o ar. Algazarra. Agitação. Vibração contagiante.
Véspera de ano novo é sempre assim, mesmo sem sol, brilha na alma a luz da esperança. Como preciso de esperança! Alimento-me de esperança. Sem ela é difícil, senão impossível, encarar a vida e seguir em frente. Dela se nutrem os meus sonhos, nela se sustenta a minha fé, revigoram-se os desejos profundos do coração, as ambições secretas da alma, as aspirações sem preço que teimam em continuar vivas. Chovia em São Paulo na véspera de ano novo. 2006 se despedia em pranto. Céu cinzento, nuvens escuras, sol ausente. No coração, contudo, uma luz trêmula brilhava. Era o cintilar de uma estrela: a estrela da esperança. Estrelas são pontinhos distantes, solitários, cuja luz não ilumina, cujo calor não aquece. Estrelas são pontinhos mágicos que lampejam na solidão da alma. Sua luz nos conforta e nos consola em noites sombrias e sem luar.
Chovia em São Paulo naquele fim de tarde. Adiante, dois desafios que se fundiam num só: Encarar os quinze quilômetros da São Silvestre e os trezentos e sessenta e cinco dias de um ano novo, desconhecido. Ambos logo teriam início e eu estava ali, presente: tênis no pé, lamparina da esperança na mão; pronto, ou quase pronto, para a largada.
Soa a buzina. É dada a largada. A corrida começa. A corrida começa?! Continuo parado.
Aos poucos, a massa humana começa a se mover, lentamente, ora para a frente, ora para os lados, sem coordenação. A água que caía do céu se empoçava na terra. Asfalto molhado e escorregadio: perigo à vista! Empurra-empurra: muita gente e pouco espaço. Sufoco: afobação e medo. Pernas quase paradas, coração acelerado.
Estou ali. Perdido. Por um instante não consigo me encontrar. Sou um pingo d'água na enxurrada de gente que flui morosamente pela Paulista. Sou arrastado pela multidão acéfala. Perdi a identidade, o controle, a independência, a vontade própria, o espaço onde pôr o pé. Sou conduzido, empurrado, amassado. Não existe eu, existe massa.
Na cabeça, quase um mantra: "não cair, não cair, não cair, resistir"! Ouço a voz da esperança, sussuro quase abafado pelo alarido do tropel, que me segreda palavras de ânimo, mais ou menos assim:
"Agüente aí, guerreiro,
esse momento há de passar.
Agüente firme, guerreiro,
O alívio não tarda em chegar".
Ao ouvir essa voz, em silêncio respondo:
"Doce voz da esperança,
voz de mãe que espanta o medo,
faz brotar no coração
um único e forte desejo:
sobreviver na Paulista,
superar a Brigadeiro".
Concluí mais uma São Silvestre, desta vez sem tanta empolgação – presságio do ano porvir?... O corpo úmido e frio pedia abrigo. Afastei-me aos poucos da turba, despedi-me da Paulista, respirei fundo e olhei pra frente com confiança, levando no peito a medalha e no coração a esperança.
Hoje olho pra trás. O ano de 2007 não correu, voou. Os dias competiram entre si para saber qual deles era o mais presto em passar. As horas se irmanaram em rotina e ficaram de tal modo semelhantes, que, agora, ao tentar relembrá-las, não as consigo distinguir. Perderam-se no rio da mesmice. Enquanto escrevo, lanço o anzol nesse rio e de lá tento pescar algumas recordações. Ano difícil, de duro aprendizado. Assim o resumo:
A esperança não me abandonou,
nem eu a ela.
Andamos juntos.
Sempre sós,
de mãos dadas.
Algumas vitórias.
Algumas conquistas.
Algumas comemorações:
Ilhas solitárias de doce prazer, no salgado mar das adversidades.
Esperança...
Algumas derrotas.
Alguns fracassos.
Algumas lágrimas:
Gotas vertidas no silêncio da alma para untar o solo árido da vida.
Esperança...
Algumas expectativas.
Alguns sonhos.
Alguns desejos:
Suspiros da alma que falam de vazios a serem preenchidos.
Esperança...
Muito labor.
Muito empenho.
Muita fé:
Confiança na vida para dar um passo adiante, apesar do medo.
Esperança sempre!
Esperança:
Certeza sempre incerta de que o amanhã nos dará o que o hoje nos negou.
E assim despeço-me de 2007 e encaro 2008:
São Silvestre? Não.
Esperança? Sim. Sempre!