domingo, outubro 16, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
De repente, como num passe de mágica, o tempo se acelera e, num piscar de olhos, uma hora vira fumaça. É assim que, no dia mais curto do ano, começa o horário de verão. Há quem goste dele; há quem o odeie. A motivação para sua existência é econômica, vem de cima, uma imposição, de modo que não há alternativa a não ser a adaptação.

Particularmente, gosto do horário de verão, da ilusão despertada em mim de que nele os dias se alongam e conseguirei chegar mais cedo em casa. E me pego pensando que agora terei tempo para dar uma corridinha à tarde, ou fazer sei lá o quê que nunca é feito porque os dias normais, aparentemente mais curtos, me negavam a oportunidade de realizá-las.

Hoje, por exemplo, o dia rendeu. Às 6:00h já estava correndo. As ruas do bairro, ainda vazias, pareciam indicar que muitos se esqueceram de adiantar o relógio. Se bem que, aos domingos, muitos paulistanos aproveitam para acertar a conta com Morfeu e, convenhamos, o tempo feio, frio, chuvoso, era um convite quase irrecusável para seguir o exemplo do Sol e relegar o primeiro dia do horário de verão ao esquecimento.

Embora aprecie o horário de verão, há algo que me incomoda nessa história toda: é a lembrança de que o horário de verão começa em meados de outubro e isso significa que o ano está a um passo do fim... Mas o ano não começou outro dia? Como é que já estamos em outubro? Como pode ter passado tão depressa? Não sei... Já procurei em vão por meios eficientes capazes de por freio nessa rapidez insana com que o tempo insiste em fluir. Pra que tanta pressa? Pra onde vai tão veloz? Está atrasado? Sei lá... Até parece que o tempo é paulistano... Disso não gosto! Eu, se pudesse, reduziria a velocidade do tempo pela metade e, aí sim, esses dias de horário de verão seriam grandes o bastante para que neles pudesse resgatar aqueles muitos "quês" que aguardam na longa fila da "falta de tempo" pelo momento utópico em que possam vir a acontecer.

Mas não dá pra frear o tempo! E o domingo já passou, num piscar de olhos! Eu até já me preparei para o dia seguinte (vulgo "segundona brava"), que colocará, de fato, o horário de verão na vida de todos que o amam ou odeiam.

Feliz horário de verão para todos!
sexta-feira, outubro 14, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges

O vídeo acima é um excelente documentário sobre a urbanização de São Paulo, uma cidade que nasceu e prosperou inicialmente entre de dois rios (Tamanduateí e Anhangabaú) e que, em seguida, virou as costas para eles em nome do progresso. De igual modo, outros rios foram ocultados das vistas, canalizados, aleijados de seus leitos naturais, cedendo espaço para o "desenvolvimento urbano".

Esses rios, embora ocultos de nossos olhos, continuam a existir e dão sinal de vida nos verões - alagando ruas, reivindicando espaço, ceifando vidas, instaurando o caos...

Conheça um pouco mais da história dessa cidade e de sua infeliz e insensata relação com seus rios. Separe vinte e cinco minutos de seu tempo para assistir a esse documentário. Você certamente não irá se arrepender!

domingo, outubro 02, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Na vida nem sempre podemos fazer o que queremos ou aquilo de que gostamos. Nem sempre, mas às vezes isso se faz possível. São esses momentos especiais, nos quais o fazer se confunde com o prazer, que dão à vida cores e sabores únicos, peculiares, extraordinários.

Mas o que se mostra agradável e especial a uns pode se manifestar abominável e ordinário a outros. Digo isso por estar ciente de que a corrida de rua, fonte de gozo para mim, por certo não o é para muitos que, por sua vez, se entregam a prazeres que não me seduzem.

Tudo bem! Somos assim mesmos. Essas diferenças enriquecem o mundo das relações humanas. Cada um com suas idiossincrasias – palavra pouco comum que significa "maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa" (Dicionário Aurélio). Dito isso, vamos ao meu resumo mensal de corrida de rua.

Setembro foi um mês de recuperação física, após o desgaste decorrente da maratona de Londrina, no final do último mês. Setembro também marcou meu retorno à atividade física regular em uma academia. Minha esposa e eu estamos nos empenhando nesse desafio. Musculação não me agrada, mas é necessária para se ganhar massa magra. O volume de treino caiu em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano passado, mas ficou num patamar aceitável: 104 quilômetros.

Outubro já começou e o ano avança a passos largos para o fim. Até aqui forma 1.232 quilômetros de treino. Espero fechar o ano com 1.500, pelo menos.

domingo, setembro 11, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Dias marcantes se diferenciam dos demais nem sempre por serem bons ou especiais. Com freqüência, ficam registradas em nossa memória por conterem cenas fortes, inusitadas e até mesmo trágicas e amargas. Tais dias se tornam inesquecíveis, por mais que os tentemos apagar de nosso registro mental.

11 de setembro de 2001 foi um desses dias que começam e nunca terminam. Aqueles que o viveram por certo nunca o esquecerão. Para esses, as torres continuam incandescentes, fumegantes e desabando sobre os sonhos que acalentamos de viver em um mundo melhor, de paz e harmonia entre os povos.

O 11 de setembro nos lembra que somos uma espécie belicosa!

Engendramos armas, construímos trincheiras e convocamos guerra: tudo isso em nome da paz! Elaboramos crenças, inventamos deuses, erguemos templos e invocamos cruzadas: tudo isso para promover a paz e a concórdia... Não consigo entender!

Queremos um mundo melhor para todos, mas nos recusamos a rever nossos conceitos. Estamos convencidos de que o mundo melhor para todos é aquele que concebemos em nossa cabeça e organizamos em forma de crenças, em nome das quais nos dispomos a lutar, a brigar e até mesmo a morrer e a matar.

Quanta tolice, irracionalidade, falta de compreensão e de respeito pelas diferenças.

Lá se vão dez anos. Novas torres estão sendo erguidas e, possivelmente, em algum lugar sombrio, planos sinistros estão sendo arquitetados para pô-las abaixo.

Assim caminha a humanidade!
sábado, setembro 10, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Com a palavra, Charles Chaplin:

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. 

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?
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quarta-feira, setembro 07, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O Brasil completa hoje 189 anos de independência. O país comemora... ou será que não? Não tenho certeza. Talvez seja mais correto afirmar que o país parou, hoje, em memória ao ato de D. Pedro I, ocorrido no século XVIII, de declarar-se independente da coroa portuguesa. É curioso notar que, no Brasil, a independência foi produto de uma declaração. Não houve guerra, não houve revolução, não houve comoção popular... não houve mudança.

Independência, no meu entender, envolve ruptura com o passado e a introdução de mudanças que se aprofundam com o passar do tempo.  É certo que o Brasil de hoje é, em muitos aspectos, diferentes daquele que existiu na primeira metade do século XVIII. Com efeito, o mundo como um todo mudou e as sociedades que nele convivem evoluíram, incluindo aí o nosso país. Mas no Brasil, as mudanças quase sempre implicam em continuísmo. Mudam-se os atores, mas o palco permanece o mesmo. Outras vezes o palco é reformado, mas não o elenco que nele encena. Há raros casos em que palco e elenco se renovam, mas, nesse caso, para nosso desalento, a peça representada se mantém imutável. Esse é o velho enredo que se repete nesta terra, no país onde mudança não costuma ser sinônimo de transformação. Que pena!

Dizem por aqui que Deus é brasileiro. Balela, invenção, boato falso, mentira deslavada. Não pode ser! Deus, se é que Ele nasceu em algum lugar, provavelmente o fez antes de 1822, tanto é verdade que as naus de Cabral trouxeram em seu bojo alguns emissários divinos, os jesuítas, com a importante missão de convencer os nativos de que Deus já havia nascido em outro lugar. E eles até tentaram, mas os nativos ou não estavam interessados em ouvir ou eram um bando de cabeças duras. Fato é que ainda hoje se diz por aqui que Deus não existia antes de 1822, nasceu no Brasil e que a cidade de Belém, citada na Bíblia, fica no Pará. Dá pra acreditar?

E antes que pensem que estou "descendo o pau" no Brasil, é preciso que se registre aqui que gosto desta terra e de ser brasileiro. É fato que nunca pus o pé em outro país, nem mesmo no Paraguai, e, de igual modo, nunca possuí outra nacionalidade. Mas pelo que leio, vejo, ouço e assisto, o Brasil está longe de ser o melhor país do mundo. Se Deus fosse brasileiro, poderoso do jeito que Ele é, é razoável supor que nosso IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) fosse  mais elevado, não acham?

Deus, pelo que dizem, não gosta de corrupção, e essa praga viceja aqui como se fosse capim. Nasce em todo canto e cresce como praga. O "jeitinho brasileiro" é conhecido em todo mundo! Definitivamente, Deus não pode ser brasileiro!

Mas deixemos Deus de lado e voltemos ao tema desse texto, a independência do Brasil. Dizem os livros que D. Pedro I estava em uma encruzilhada: era independência ou morte. Balela novamente, tanto que ele não escolheu nem um nem outro, apenas balbuciou algumas palavras e foi se aliviar, já que estava com uma tremenda diarreia. Conclusão: O Brasil se declarou independente, mas continuou nas mãos da mesma alcateia; não morreu, mas também não chegou a viver em sua plenitude.

E viva o Brasil!
segunda-feira, setembro 05, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
fonte: www.ativo.com

Esse aí ao lado sou eu, ao passar pela marca da meia-maratona (21,1 km) em Londrina. Ainda estava inteiro após 1:48:30h de corrida. Mas minha alegria iria durar pouco, como relatei no post anterior.

A Maratona de Londrina já faz parte do passado, assim como o mês de agosto, no qual consegui percorrer 264 quilômetros, chegando a 1128 quilômetros de treino no ano.

Ontem fui ao Ibirapuera. O parque estava entupido de gente. Foi difícil estacionar. Correr na parte central era impossível e até a "volta da cerca" estava cheio de ciclistas, caminhantes, cachorros, além de grande número de corredores. Foi meu primeiro treino pós maratona. Corri 12 Km e me senti bem.

Próximas metas: continuar treinando e, talvez, encarar mais uma maratona neste ano. Provas candidatas: Foz do Iguaçu, Rio e Curitiba.

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