sábado, julho 26, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Certo dia, numa aldeia distante lá no Oriente, um menino ganhou um cavalo. Todos ficaram maravilhados e comentavam entre si dizendo: "que menino de sorte". Ao contemplar essa cena, um velho sábio que ali morava exclamou: "vamos ver".

Dias mais tarde, ao brincar com seu cavalo, o menino levou um tombo, quebrou um dos braços e fraturou várias costelas. A notícia correu rapidamente pela aldeia, despertando o comentário geral: "que menino azarado. Agora não pode nem mesmo se mover". Diante do ocorrido e dos comentários, o velho sábio se limitou a dizer: "vamos ver".

Não demorou muito e instaurou-se uma guerra na região. Homens e até mesmo crianças foram convocados para compor o exército que defenderia território em que moravam. A aldeia inteira se reuniu para a despedida. Naquele momento triste, ouviu-se o comentário: "que menino de sorte! Por ter se acidentado, não precisará ir à guerra". O velho sábio, que até então se mantivera calado, sussurou baixinho: "vamos ver".


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3 comentários:

On 27 de julho de 2008 às 12:34 , Cleiton Heredia disse...

Ebenézer,

Esta história nos leva a refletir sobre se a sorte e o azar realmente existem como elementos determinantes nos destinos das pessoas ou se eles são simplesmente dois nomes usados para avaliar as consequências momentâneas dos acontecimentos aleatórios da vida.

Dependendo dos paradigmas de pensamentos que assumimos estes dois elementos podem ser entendidos de forma diferente. Dentro de um contexto religioso a palavra sorte é substituída por benção e a palavra azar por maldição.

De qualquer forma, quer seja como sorte e azar para os supersticiosos ou benção ou maldição para os religiosos, o que acontece é que muitas vezes utilizamos estas avaliações subjetivas para eximir-nos da responsabilidade de assumir as consequências de nossas próprias escolhas.

 
On 29 de julho de 2008 às 23:20 , Enéias Teles Borges disse...

Bom texto e bom comentário do Cleiton. O "vamos ver" do sábio me lembra uma frase comum dos advogados: "calma... chegaremos lá..."

O chegar lá e o vamos ver estarão no futuro para avaliação daqueles que só enxergam o "já".

 
On 8 de agosto de 2008 às 01:52 , Ricardo Cluk de Castro disse...

O velho dessa história, que para mim de sábio não tem nada, me fez lembrar o texto bíblico que diz: calado, até o tolo passa por sábio.

 
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