terça-feira, agosto 30, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Depois de uma agradável viagem de São Paulo à Londrina, chegamos à cidade no momento em que o sol se despedia. O dia havia sido quente e o calor parecia tornar a cidade e as pessoas mais abertas, agradáveis e alegres. Minha esposa e eu ficamos com uma impressão muito positiva da cidade e do povo de Londrina.

Quanto à maratona, dois atrativos me motivaram a participar dela: O horário da largada (7:00h) e a referência ao "trajeto cuidadosamente planejado" pela organização, conforme página inicial do site do evento. Pensei que o percurso seria plano, mas estava enganado. O percurso foi desafiador. Uma sucessão de subidas e descidas, com predomínio de descida na primeira metade e de subida na metade final.

A largada ocorreu às 7:08h, numa manhã de céu azul, sem nuvens e sol agradável. A organização foi quase impecável.  Água em abundância e vários pontos de gatorade, gel de carboidrato, coca-cola e azeitona. O staff contava também com ciclistas que iam e vinham ao longo do percurso apoiando, servindo água e verificando o estado dos corredores. Realmente, muito bom!

Como não havia feito nenhum treino longo, eu sabia que chegaria bem à metade da prova, mas a partir dali seria uma incógnita e um desafio. Fiz a primeira metade (21,1 Km) em 1:48:30h, com batimentos cardíacos em torno de 155 e desconforto nos pés causado pelo tênis.

A segunda metade foi complicada. Precisei de 2:18:51h para completá-la. A corrida se tornou monótona com poucos corredores em ruas quase desertas ou margeando rodovias, sempre num sobe e desce sem fim.

Comecei a sentir vontade de parar no Km 25, mas resisti até o 30. A partir daí foi um festival de anda e pára até o final da prova.

Lá pelo km 38, em meio a uma longa subida, fui ultrapassado por um senhor de mais de setenta anos. Pensei bastante e tomei a decisão de nunca mais participar de uma maratona.

Concluí em 4:07:21h.

No dia seguinte, já mais refeito, voltei a considerar a possibilidade de correr a Maratona de Porto Alegre, ou a do Rio, ou a das Águas, ou uma fora do Brasil...

segunda-feira, agosto 22, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
É quase certa a minha participação na primeira edição da Maratona de Londrina, prevista para o próximo domingo, 28/08/2011. Já estou inscrito e fazendo contagem regressiva para a chegada do evento.

Lá se vão três anos sem completar uma maratona e, confesso, os quarenta e dois quilômetros de uma maratona nunca me assustaram tanto! Já fui mais inconsequente no passado. Hoje, depois de já ter colocado mais de dez maratonas no currículo, aprendi a respeitar a distância.

Pretendo fazer uma corrida participativa e não competitiva. Gosto de correr contra o relógio, tentando melhorar minhas marcas, mas desta vez, se concluir o percurso já será uma vitória. Isso não significa que não tenha metas. Se me sentir bem, poderei rever as metas conforme seguinte sequência:
  1. Tentar concluir;
  2. Tentar concluir abaixo de 4:15h (meu pior tempo, obtido na dificílima Maratona das Águas que ocorria no interior de São Paulo).
  3. Tentar concluir abaixo de 4:00h.
Vamos ver no que vai dar!

domingo, agosto 07, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Hoje saí por aí, correndo, meio sem rumo, sem direção, sem muita motivação, meio que no piloto automático, como se meu prazer fosse hoje meu dever.

Gosto de correr, de sentir o coração a ditar-me o ritmo e confiar nas pernas que tocam o solo com vigor, disposição e convicção, impulsionando-me sempre para frente. Correr é entregar-me ao prazer!

E como é bom sentir prazer naquilo que estamos fazendo. Nem sempre é isso possível. Às vezes fazemos o que deve ser feito. Temos compromissos, obrigações, deveres e agimos com responsabilidade. Mas a vida às vezes nos presenteia com espaço e tempo para serem dedicados àquilo que nos apraz, que não tem preço e que nos faz sentir realmente vivos. Gosto de correr porque assim me sinto cheio de vida!

Então, troco de roupa, calço o tênis e saio por aí, correndo, enquanto a magia acontece: preocupações se dissipam, ansiedades desvanecem, temores se desfazem, pensamentos desaparecem. A cabeça fica vazia... Enquanto corro, parece-me que o tempo pára e o espaço se contrai. Os quilômetros vão sendo transpostos, embalados em doce euforia produzida pela endorfina que transpira em cada poro. Corredor e corrida se confundem e se fundem em uma mesma emoção.

Mas hoje, ao correr, o milagre parecia relutar-se a ocorrer. E eu corria meio desligado. Um, dois, três quilômetros e nada. Eu apenas corria... Quatro, cinco, seis... e só aí comecei a pensar em correr, mas, à essa altura, já não estava com muito "gás" para seguir adiante, então percebi que hoje não era o meu dia. Às vezes isso acontece...

E assim, após dez quilômetros rodados, resolvi dar descanso ao corpo e desligar as pernas.
sexta-feira, agosto 05, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Em uma rara passada pelo Facebook, encontrei três citações interessantes na página de uma amiga e ex-colega de trabalho, as quais reproduzo abaixo:

1. "É melhor uma verdade que dói do que uma mentira que conforta"

2. "Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam"

3. "Somos o que repetidamente fazemos. A excelência não é um feito, mas um hábito"
    quinta-feira, agosto 04, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
    Julho foi um mês diferente, um mês de mudanças, de rupturas. E rupturas são sempre dolorosas, ainda que necessárias.

    Em julho completei mais um ano de vida: momento de comemoração e, acima de tudo, de reflexão.  Vida que segue, que nos desafia a todo instante.

    E em meio a tantas mudanças, algo permanece: a paixão pela corrida de rua. Em julho conseguir colocar o tênis, o short e a camiseta com mais freqüência. Foram 180 quilômetros – recorde do ano. Um desconforto na panturrilha, uma dor no pé... dores típicas de quem gosta de correr.

    E agosto já começou em bom ritmo. A meta é correr uma meia-maratona em breve, para ver se consigo voltar a pensar em encarar uma maratona novamente.

    terça-feira, julho 26, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
    Sou apaixonado pela série "O Universo", apresentada pelo  The History Channel.  A série toca em pontos como o big-bang, sol, lua, terra e demais planetas do sistema solar e avança para pontos mais nebulosos como universos paralelos.

    É curioso observar que a "verdade científica" é uma conquista que já nasce sujeita à perda de validade. Não se trata de uma verdade eterna, escrita em pedra, até porque hoje se sabe que nem as pedras duram para sempre.

    Vamos exemplificar: no início do século passado, sabia-se muito pouco sobre a extensão do universo. A verdade quanto a isso era: O universo é a Via-Láctea. O tempo passou e essa verdade cedeu lugar a outra, mais ampla, segundo a qual o universo está em expansão e a Via-Láctea não passa de uma "ilha", um conglomerado de estrelas denominado "galáxia". Há milhões e milhões de galáxias semelhantes a nossa!

    Essa série é, certamente, voltada para o público leigo do qual faço parte. Ela me fala, em cada capítulo, a respeito da grandeza do universo e da finitude e pequenez do ser humano e me conscientiza da importância da humildade: somos pouco em um universo tão grande. Nossa vida é fugaz quando comparado ao período de existência de uma estrela!

    Ao mesmo tempo, essa séria me faz sentir orgulho do gênio humano que, à distância, investiga os segredos ocultos no espaço profundo e tenta criar asas capazes de levar-nos a lugares "nunca dates navegados".
    sábado, julho 23, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
    Ontem à noite recebi uma ligação telefônica informando-me sobre o falecimento de um tio paterno. "Ele se foi...".

    E quem era ele?

    Em um país cuja população beira duzentos milhões de pessoas e num planeta que abriga quase sete bilhões de habitantes, ele era o que eu e você ainda somos: muito pouco. Todo dia uma multidão anônima nasce e outra perece. Meu tio foi contado entre aqueles que saíram de cena...

    Esse tipo de consideração, de análise baseada em números frios, gélidos, indiferentes, não faz jus ao real valor que um ser humano tem para aqueles que o conhecem e o amam. Se para a maioria somos invisíveis e transparentes, se para quase todos somos como se não fôssemos, para alguns poucos com os quais dividimos experiências e compartilhamentos emoções e sentimos, temos sim muito valor.

    Meu tio se foi e deixou um espaço vazio - e ao mesmo tempo, impregnado de dor, tristeza e luto - na vida da esposa, de filhos, sobrinhos, netos, parentes e amigos. Sua morte abre em nós, que o conhecíamos, uma ferida que só o tempo será capaz de curar. Ela nos lembra que não "somos", apenas "estamos" aqui por um breve tempo e seguimos em direção ao fim indesejado e inevitável.

    A vida tem suas estações, que não são comparáveis às estações do tempo. Com o tempo é assim: há dias frios e dias quentes; dias chuvoso e dias secos. Estamos acostumados com essa alternância, com esse revesamento. Mas com a vida, não é assim que ocorre. Não ficamos ora mais novos e ora mais velhos. A seta do tempo aponta sempre numa mesma direção: vivemos a caminho da morte. Meu tio se foi. Nós também iremos.

    A morte nos convida a uma reflexão sobre a vida. Vivemos quase sempre como se ela (a vida) fosse inesgotável. E a esbanjamos. E a colocamos em segundo plano. E estabelecemos prioridades que comprometem nossa saúde e felicidade. E deixamos tantas coisas importantes pra depois... E a vida vai passando sem que nos demos conta disso. Um dia a vida acaba...

    A vida não é eterna. Pelo contrário, é curta, breve e frágil. Ela resiste e insiste e teima em se conservar enquanto se equilibra com dificuldade na crista de uma onda de entropia. Cedo ou tarde a onda se rompe e a vida se vai. Daí a importância de se aproveitar cada dia, cada encontro, cada momento, porque a vida é isso: uma coleção de momentos, cada um com sua cor e seu sabor. E esses momentos passam e nunca mais voltam.

    Registro aqui meus sentimentos pela morte de meu tio Antônio. Meu pai lamenta a perda de mais um irmão. Ele, que já vive o ocaso da existência, sofre com mais uma despedida, com mais uma perda, enquanto prossegue vivendo.
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