domingo, dezembro 16, 2007 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Gosto de correr, mas não da correria de cidade grande. Correr me dá liberdade; correria me impõe escravidão. Correr me alimenta com endorfina; correria me desnutre com rotina. Correr me dá asas – posso voar; correria me acorrenta – não posso nem andar... Correr me insufla ânimo: estou vivo; correria me asfixia: estou morto... Correr faz de mim criança; correria me lembra que sou adulto.

Quero correr, mas a correria não deixa. Não tenho tempo. Sempre atrasado. Saio cedo. Chego tarde. Trânsito louco. Muito trabalho. Mil compromissos. Tantas responsabilidades... Ah, sou adulto! E não sinto o dia passar, nem vejo a semana escorrer... Só correria, quanta correria; nenhuma corrida!

Quero calçar um tênis, vestir um short e correr por aí - sentir o sol no corpo, o vento no rosto e, da vida, o gosto que a correria torna insosso...

Quero correr. Simplesmente correr, sem rumo, sem meta. Puro prazer. Prazer que a corrida me dá, que a correria me suga.

E assim, mais uma semana se foi... No placar, goleada da correria.

Mas sou teimoso e tenho fé. Pode crer: voltarei a correr, um dia...
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