Profunda admiração porque não há como não ficar comovido e maravilhado - deslumbrado, fascinado, encantado, arrebatado, extasiado - diante de tanta grandeza, beleza e mistério.
Enorme desalento porque me dei conta, por contraste, de minha pequenez, insignificância e nulidade... e é sobre essa pequenez que me detenho a pensar agora.
Sou, de fato, tão pequeno assim? Num universo em que impera a relatividade, não é sensato fazer afirmações de natureza absoluta. Serei pequeno ou grande sempre em relação ao referencial adotado e esse referencial, quem o elege, sou eu.
Se me comparo ao Universo - esse "não sei o quê", que se mede em bilhões de anos luz - é natural concluir em favor de minha insignificância. Sim, sou efêmero, sou fugaz, transiente como uma gota de orvalho que logo evapora, que se despede sem deixar rastro ao ser tocada pelo sol da manhã...
Mas se inverto o sentido do olhar, se substituo o telescópio pelo microscópio e vagueio pela imensidão de meu ser, constato, para meu espanto, que eu mesmo sou um universo... Como bem disse Rubem Alves num arroubo de eloqüência poética:
rios,
árvores,
montanhas e
nuvens..." (2)
O título do artigo "O condomínio chamado corpo humano" é bastante sugestivo. Somos habitados por mais de 10 bilhões de bactérias. "A quantidade de bactérias em nosso corpo, principalmente no trato intestinal, pele e cavidades, é muito superior ao número de células do mesmo, e o mais preocupante, só se conhecem cerca de 50% delas". (4)
Outro dia fiquei sabendo que cerca de 5% de nossa massa é composta por microorganismos (cerca de 3 kg numa pessoa de 60 kg e 4 kg numa de 80 kg). Diante dessa constatação fico a me perguntar se sou "um" ser ou um ecossistema? E as divagações prosseguem: Como será que um desses "meus" microorganismos me enxerga? Talvez aos olhos dele eu seja um Universo de tamanho inimaginável... Talvez ele suspeite que eu não seja único, que existam outros "Universos paralelos" semelhantes a mim...
O vídeo abaixo, que traz como título "O Universo macroscópico e o microscópico" nos conduz numa viagem interessante que começa em uma praça em Veneza e se estende até os confins do universo conhecido. Em seguida mergulha numa gota d'água, penetra num microorganismo e se aprofunda até atingir as fronteiras infinitesimais... E, no final, o "muito pequeno" e o "muito grande" se irmanam numa só palavra: Mistério!
A viagem é curta, não mais que dez minutos, mas em um universo onde tudo é relativo, não se espante se ela lhe parecer mais longa...
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=t2wi5AEF2cA
- O Homem no Universo - http://detextoemtexto.blogspot.com/2007/11/o-homem-no-universo.html
- Transparências da Eternidade - Rubem Alves, Verus Editora 2002, 4a Edição, pág. 105.
- O condomínio chamado corpo humano - http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1095
- Bactérias - http://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
2 comentários:
Quem gostou deste vídeo talvez gostará destes outros dois:
1) http://www.youtube.com/watch?v=9JUpIa4ncWg&feature=related
Neste é possível acompanhar na tela a distancia a medida que o vídeo avança.
2) http://www.youtube.com/watch?v=WYg_oSEV-XM&feature=related
Neste outro acontece a mesma coisa só que com um visual diferente e uma musiquinha bem engraçada que vai narrando em forma de canto o avanço pelo espaço.
Desculpe ficar aqui enchendo o saco, quer dizer, o blog, mas é que também tem estes outros dois vídeos:
1) Neste primeiro é feita uma montagem muito doida que acaba transmitindo justamente aquilo que o Ebenézer disse em seus comentários: "eu mesmo sou o universo":
http://www.youtube.com/watch?v=z5rBNtMiuX0&feature=related
2) E este aqui, extraído das cenas finais do filme "Men in Black", sugere que o nosso "vasto" universo pode não passar de uma simples bolinha de gude dentro de um saco juntamente com outras várias bolinhas igual a ela, colecionadas por um ser que por sua vez vive em um outro universo:
http://www.youtube.com/watch?v=1QPll-TKaEE&feature=related