sexta-feira, março 28, 2008 |
Autor: Ebenézer Teles Borges
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta
Autora: Cecília Meireles
7 comentários:
A delicada asa desta pequenina borboleta entre o planeta e o sem-fim, ao bater, pode influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro do mundo.
Tal probabilidade esta respaldada cientificamente na "Teoria do Caos", analisada pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz.
Diante de tal possibilidade eu diria: Quão terrívelmente devastador pode ser o simples bater das asas de uma delicada borboleta entre o planeta e o sem-fim.
Efeito Borboleta? Teoria do caos? O poema, sim, é fantástico!
E quem disse que o poema não é bom?
Meus comentários são apenas livres associações que me vieram à mente ao lê-lo.
Você não precisa questioná-las como alguém que se indigna pelo simples fato deste poema não ter reverberado em minha mente da mesma maneira que na sua.
Calma pessoal. Faça-mos o seguinte: eu pego essa linda borboleta e faço dela uma isca para pesca. Tenho certeza que algum lindo peixe entre o planeta e o sem-fim vai abocanhá-la. Dai seu bater de asas não provocará nenhum vendaval do outro lado do mundo e eu ainda encherei minha barriga com um delicioso peixe assado.
Boa idéia Ricardo!
Mas lamento informar que isto não impedirá as possíveis ações catastróficas preconizadas pela Teoria do Caos.
Quando o peixe come a borboleta, interrompe uma sucessão de eventos futuros, mas ao mesmo tempo inicia uma outra nova sequência de eventos com potencial caótico.
Bem, pelo menos você encheu a pança, né?
Coitado do Ebenézer! Tudo que ele queria era postar uma poesia e olha onde fomos parar.
Pois é, mais uma prova a favor da Teoria do Caos onde uma simples poesia pode acabar numa guerra mundial.
he, he, he...
Só agora li os comentários. Cleiton: nem pensei em questionar. Mesmo porque assisti ao filme "efeito borboleta" e além disso concordo com seu ponto de vista.
Apenas chamei a atenção para a teoria do caos...
Abraços.
Essa poesia me fala de mistérios. Pequena na forma e grande no conteúdo. Diz muito, com poucas palavras e desperta em mim, entre tantos sentimentos nobres, um de que deveria me envergonhar: inveja...
Invejo a Celília Meireles. Como gostaria de ter, eu, escrito essa poesia!